Corrida: por que o esporte mais antigo do mundo ainda é um dos melhores exercícios físicos

29, julho 2024.

Quando se trata de exercícios físicos cardiovasculares, a corrida está em uma classe à parte. É um esporte que perdura há milênios – o mais antigo esporte olímpico, aliás –, mas seus benefícios práticos remontam aos tempos pré-históricos.

“Para caçar e sobreviver, os seres humanos tiveram de desenvolver a capacidade de correr há milhões de anos, portanto, ela está enraizada em nossa espécie”, explica Alyssa Olenick, fisiologista do exercício no Campus Médico Anschutz da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos. “Ao longo dos séculos, tornou-se um dos esportes mais populares e acessíveis em todo o mundo, tanto para atletas de elite quanto para pessoas comuns.”

Atualmente, cerca de 50 milhões de norte-americanos praticam regularmente essa atividade que agrada tanto aos idosos quanto aos jovens e é tão popular entre as mulheres quanto entre os homens.

“Em todas as faixas etárias, a corrida ajuda a melhorar o condicionamento cardiovascular e a reduzir a mortalidade geral, a controlar o peso, a melhorar a densidade óssea, a força e coordenação muscular, além de reduzir o estresse e melhorar a saúde mental”, diz Danielle Ponzio, cirurgiã ortopédica do Thomas Jefferson University Hospital, na Filadélfia, e coautora de pesquisas relacionadas à corrida.

Embora a corrida não seja para todos – pessoas com determinadas condições médicas podem precisar fazer exercícios que não suportem peso, como a natação –, ela é um esporte que beneficia seus participantes hoje tanto quanto teria ajudado os corredores nos tempos antigos.

Os benefícios cardiovasculares e respiratórios inigualáveis da corrida

O benefício mais consistentemente estudado da corrida é a melhora da saúde do coração. Isso acontece, em parte, tornando o coração “uma bomba mais forte e mais eficiente”, afirma Allison Zielinski, cardiologista do Northwestern Memorial Hospital e codiretora do programa de cardiologia esportiva da Northwestern Feinberg School of Medicine.

Um músculo cardíaco mais forte, ela explica, melhora o débito cardíaco – uma medida científica da quantidade de sangue que o coração pode bombear em um minuto, que os profissionais de saúde usam para avaliar a força e a eficiência do sistema cardiovascular de um paciente.

Zielinski acrescenta que a corrida também afeta o sistema nervoso autônomo – a rede do corpo responsável por regular os processos fisiológicos involuntários, como digestão e respiração – reduzindo a frequência cardíaca em repouso. Isso é significativo porque estudos mostram que cada aumento de 10 batimentos por minuto na frequência cardíaca em repouso está associado a um aumento de 16% no risco de mortalidade.

Essas melhorias no desempenho cardiovascular estão entre as razões pelas quais os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos reconhecem a corrida como uma atividade de “intensidade vigorosa” – a medida mais alta de exercício aeróbico da agência de saúde.

Também foi demonstrado que a corrida melhora a circulação sanguínea, causando “mudanças favoráveis em seus vasos sanguíneos, incluindo aumento da densidade capilar e melhora da reatividade endotelial – algo conhecido como vasodilatação”, explica Zielinski.

Pesquisas mostram que a corrida também melhora a capacidade e o desempenho dos pulmões. Isso é conseguido, em parte, pelo aumento da taxa máxima de utilização de oxigênio – uma medida conhecida como VO2max. Essa medida reflete a quantidade máxima de sangue rico em oxigênio que alguém pode bombear do coração e levar aos músculos para impulsionar o movimento, diz Olenick.

fonte: https://www.nationalgeographicbrasil.com/ciencia/2024/07/corrida-por-que-o-esporte-mais-antigo-do-mundo-ainda-e-um-dos-melhores-exercicios-fisicos  /  imagem pixabay