Corais

12, janeiro 2024.

Recifes de corais abrigam cerca de 25% da diversidade marinha do planeta, e por isso são conhecidos como “as florestas tropicais dos oceanos”. Apesar de sua alta diversidade, caracterizada por aproximadamente 2 milhões de espécies, estes ecossistemas cobrem menos de 1% da área dos oceanos, e encontram-se distribuídos apenas em regiões tropicais.
Características
Os corais são formados por pólipos, animais que compõem a Classe Anthozoa, do filo Cnidaria. Seu corpo é formado por três partes principais: a boca, rodeada por tentáculos orais urticantes; o corpo cilíndrico, composto pela mesogleia, uma massa gelatinosa responsável por preencher espaços entre a epiderme e a gastroderme dos cnidários; e o esqueleto de calcário, formado principalmente por carbonato de cálcio (87%) secretado pelos pólipos, e cuja função principal é a sustentação do coral. É o esqueleto de calcário, inclusive, que conecta os pólipos, fazendo com que a colônia funcione como um único indivíduo; esse material também é um dos principais formadores da matriz dos recifes junto com algas calcáreas, navios naufragados e rochas, dando origem ao diverso ecossistema recifal.

A riqueza em formas e cores também é uma das principais características dos corais que favorece associações com organismos de outros grupos, como peixes e crustáceos. No entanto, a maior parte dos pólipos coralinos são translúcidos. Desta forma, suas cores são resultado de interações com microalgas denominadas zooxantelas. Estas algas unicelulares também fornecem parte de seu alimento (produzido através da fotossíntese) para os corais, ajudando a suprir suas necessidades nutricionais, enquanto estes proporcionam abrigo e proteção para as zooxantelas, uma relação conhecida como simbiose. Tal interação é também uma das principais razões pelas quais os corais habitam áreas rasas, visto que as zooxantelas precisam de luz solar para realizar a fotossíntese.

Além dos açúcares fornecidos pelas zooxantelas, os corais também se alimentam de zooplâncton ou pequenos peixes. Para tal, eles utilizam uma neurotoxina urticante que fica armazenada nos cnidócitos, células especializadas em seus tentáculos orais. Os cnidócitos (ou cnidoblastos) são, inclusive, a estrutura que deu nome ao filo Cnidaria, que deriva do grego ‘knidos’ e significa ‘urticante’ ou ‘que queima’. Essas células têm forma de cápsula e possuem uma estrutura chamada cnidocílio, que atua como um gatilho; quando este é estimulado, o nematocisto é projetado para fora da cápsula e se prende ao corpo da presa, liberando uma substância urticante capaz de paralisá-la, facilitando sua captura e ingestão.

Os corais podem se reproduzir de forma sexuada ou assexuada. No primeiro caso, os corais produzem esperma e ovos de forma simultânea (i.e. produção dos dois gametas por um mesmo coral) ou alternada (i.e. produção de apenas um tipo de gameta por cada coral), liberando-os na coluna d’água. Quando a fecundação ocorre, uma larva de coral é formada e se assenta no substrato, transformando-se em um novo pólipo coralino, que dá origem à uma nova colônia através de sucessivas divisões. Já a reprodução assexuada pode ocorrer por meio de dois mecanismos principais: o brotamento de um pólipo a partir do indivíduo parental, ou pela fragmentação de colônias (essa mais comum após tempestades ou destruição por barcos pesqueiros). Em ambos os casos, os novos corais são clones da colônia parental.

Fonte: https://www.infoescola.com/biologia/corais/