Fossa das Marianas: o ponto mais profundo da Terra

17, abril 2024.

Conhecida na língua inglesa por Challenger Deep, a Fossa das Marianas é o local mais profundo dos oceanos, atingindo 11 km abaixo da linha do mar, sendo um dos locais menos conhecidos do planeta. Está localizado no Oceano pacífico, ao leste das ilhas das Marianas, na fronteira entre as placas tectônicas do Pacífico e das Filipinas. Para efeitos de comparação, o Monte Everest, conhecido por ser um dos picos mais altos do mundo possui aproximadamente 8.848 metros de altitude, possuindo quase 2 km em desvantagem as Fossas das Marianas possuem em profundidade.


Mas vamos ao que interessa de fato, as fossas das Marianas é um vale em formato de arco com uma extensão do nordeste a sudoeste de 2.550 km, sua largura excede 50 km. A fossa é consequência geomorfológica de uma subducção.

A Fossa das Marianas contém uma pressão de água absurda, sendo mil vezes maior que a do nível do mar, sendo quase impossível sua exploração. Felizmente com o avanço das tecnologias já se torna possível, mas ainda assim continua sendo muito arriscado. A primeira vez que houve sua primeira exploração foi há mais de 50 anos atrás. Jacques Piccard na década de 60 desceu juntamente com o tenente da marinha Don Walsh juntos conseguiram alcançar o local a bordo de um submersível da Marinha Americana, com um trajeto que durou cinco horas, passando apenas 20 minutos no local, sem chance de conseguir registro, devido ao nevoeiro de limo que seu locomotor provocava durante a passagem.

Geologic cross-section showing the Pacific Plate (right) subducting beneath the Philippine Plate (left) at the Mariana Trench. This causes melting that feeds magma to the volcanoes of the Mariana arc. Image credit: Figure modified from Hussong and Fryer, 1981.


Atualmente com dados atualizados, só três pessoas exploraram a Fossa das Marianas. Um deles, foi nada menos que o cineasta James Cameron, que mergulhou em um submarino planejado por ele, passando incríveis três horas nas profundezas fotografando. O terceiro aventureiro foi o ex-militar e investidor norte-americano Victor Vescovo feita em um submersível em 2019, o qual atingiu o recorde de profundidade, explorando e coletando materiais durante quatro horas. A exploração das fossas são incomum, devido a hostilidade do ambiente impossibilitar de novos aventureiros se arriscarem. As fossas oceânicas não possuem forma alguma de luz, é uma enorme depressão fria e escura com alta pressão atmosférica, o que impossibilita o acesso de animais marinhos e do homem. Por serem bastante frias, proporcionam vantagem para as bactérias heterotróficas, necrófagos e alguns predadores. Algumas espécies encontradas das explorações foram alguns exemplares de esponjas, cnidários, crustáceos e algumas anêmonas.

Mas nem mesmo as fossas mais profundas fogem da poluição causadas pelos homens, coletando e verificando materiais e resíduos, alguns pesquisadores analisaram a existência de microplásticos oriundos de sacolas e embalagens de balinhas. Em um outro estudo realizado por alguns pesquisadores em 2019 descobriram que além de lixo há também resíduos radioativos no local.


Fonte: https://astronomia.unir.br/noticia/exibir/21316